Sódio - Entenda os perigos do consumo em excesso.

Tem se tornado um hábito comum as pessoas observarem com mais atenção a quantidade de sódio dos rótulos dos alimentos e bebidas. Isso ocorre devido ao excesso de informações, provenientes da mídia em geral, sobre os malefícios que o excesso desse elemento inorgânico (componente químico do sal de cozinha) pode causar no organismo humano.




Mas, o que é e qual a função do sódio no organismo?

O sódio é um elemento inorgânico, encontrado na natureza na forma de um sal denominado cloreto de sódio popularmente conhecido como sal de cozinha, retirado principalmente da água do mar. Está presente, em quantidade mínima, em vários alimentos naturais, mas a principal forma de obtermos o sódio é por meio da adição de sal (cloreto de sódio) aos alimentos no processo de sua elaboração.
 
A quantidade de sódio corporal e a sua concentração no sangue é regulada pelo rim, que pode eliminá-lo em maior ou menor quantidade pela urina, dependendo das necessidades imediatas.


A principal função fisiológica do sódio no organismo é assegurar a pressão osmótica dos tecidos corporais, principalmente no sistema circulatório. A pressão osmótica é a força com que a água se move, por meio da membrana citoplasmática, de uma solução contendo uma baixa concentração de substâncias dissolvidas (solutos), para outra com alta concentração de solutos. Ou seja, faz a água entrar ou sair das células, dependendo da concentração de sais presentes dentro e fora delas, que pode variar dependendo da nossa alimentação. Além disso, participa do mecanismo de excitabilidade elétrica que permite o funcionamento dos sistemas nervoso e muscular (a famosa bomba de sódio e potássio, que permite a passagem do impulso nervoso pelo neurônio).

É por meio desses sinais químicos e da presença adequada de íons nas membranas das células, que o organismo entende qual a quantidade correta de líquidos deve haver no corpo. Quando há, portanto, excesso ou falta de sódio, o organismo responde com perda excessiva ou retenção de líquidos, denotando assim, um desequilíbrio que pode trazer consequências ruins tanto para a falta quanto para o excesso do sal. Esse processo interfere diretamente no trabalho de órgãos muito importantes: os rins e o coração.

* Vale esclarecer que há a necessidade de se entender a diferença entre sal e sódio. Sal é uma substância química que não contém hidrogênios ou hidroxilas na sua fórmula, genericamente falando. Nem tudo que contém sal contém sódio. O sódio é um elemento que pode constar na formulação de alguns sais, como aqueles que compõem alguns conservantes usados em alimentos industrializados, por exemplo, além do cloreto de sódio, que é o sal que usamos cotidianamente na cozinha. 

Qual é a relação entre o excesso de consumo de sal e os problemas cardíacos?
 
Quando consumimos alimentos com excesso de sal (cloreto de sódio), portanto que contém sódio, a tendência do organismo é reter mais água, pois o sódio, por afinidade química, atrai mais moléculas de água para si. 

Como consequência, ocorre um desequilíbrio na quantidade de água circulante no sangue, que se torna maior, e nos fluídos extra celulares, pois estão cheios de sódio. Ao aumentar a quantidade de sangue circulante, o coração aumenta a pressão com a qual o músculo cardíaco impulsiona o sangue para fora dele. Assim, se caracteriza a hipertensão, uma doença silenciosa e que requer cuidados constantes. Que não é boa principalmente quando esse sangue, circulando com maior pressão, faz força na parede de capilares delicados (finíssimos vasos sanguíneos), como os presentes no cérebro, por exemplo. 

Se houver rompimento desses capilares devido ao aumento da pressão sanguínea, temos então uma das situações que caracteriza o AVC (acidente vascular cerebral), o famoso derrame cerebral, sempre com consequências muito graves.

Como podemos perceber, uma coisa desencadeia a outra, já que os sistemas orgânicos trabalham de modo coordenado.




Quanto de sal podemos consumir por dia?

Quando dizemos "quanto de sal podemos consumir por dia", estamos nos referindo ao cloreto de sódio, o sal de cozinha, que não contém apenas sódio, mas sódio e cloro, como já foi esclarecido. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal é não ultrapassar o limite de consumo de 2 gramas de sódio por dia, o que equivale a 5 gramas de sal de cozinha. Mas o brasileiro está longe de cumprir essa meta. Em média, cada um de nós come 12 gramas de sal por dia.

A questão é que o sódio está presente, camuflado, em bebidas, alimentos industrializados (inclusive de sabor doce), que consumimos diariamente, sem nos darmos conta do perigo a longo prazo que eles podem nos causar.  

Alimentos e sódio

Vamos listar agora alguns alimentos que estão repletos de sódio e que precisam, portanto, ser evitados ou ter seu consumo bastante moderado:

- macarrão instantâneo de galinha: 1 pacote contém 1.951 mg
- lasanha congelada a bolonhesa: 1/2 porção (350 g) contém 1.794 mg
- caldo de carne: meio cubo contém 987 mg
- nuggets de frango: 5 unidades contém 742 mg
- ovinhos de amendoim: 3 colheres de sopa contém 687 mg
- hambúrguer de carne: 1 unidade contém 500 mg
- batata chips: 3 xícaras contém 308 mg
- achocolatado pronto (com leite): 1 copo (200 mL) contém 130 mg
- refrigerante tipo cola: 1 copo (200 mL) contém 10 mg





Façamos uma conta rápida e simples. Se alguém comer 2 porções (2 pacotes) de macarrão instantâneo em um dia, estará ingerindo mais do que a quantidade máxima de sódio permitida por dia. 

Vale ressaltar, sempre, que o consumo de alimentos frescos, feitos em casa, associados a uma diminuição na ingestão de alimentos industrializados, só tem a contribuir com a manutenção da nossa saúde e, com saúde, a gente é sempre mais feliz.


 


 

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